domingo, 30 de dezembro de 2018

O PENINHA E A TIA UMBELINA (continuação)



O PENINHA E A TIA UMBELINA (continuação)

Yrina desceu para jantar com um vestido que a Tia Umbelina lhe emprestou, e que naturalmente, ficava-lhe largo e comprido mas tapava-lhe os seios que espetados eram uma tentação para o Peninha.

A Tia Umbelina deu as graças e mais contente por ver que o decoro tinha voltado à sua casa, foi simpática para Yrina e explicou-lhe através do Peninha de que constava o jantar:

- sopa caseira de couves da horta com fios de azeite puríssimo e batata, feijão verde e um pedaços de carne. Vinha a ferver do fogão a lenha. Yrina deu uns gritinhos de prazer depois de a provar.

A Tia Umbelina olhou para o Peninha intrigada e perguntou-lhe o que eram aqueles guinchos! Peninha explicou-lhe que era a expressão da sua admiração pela sopa que achava deliciosa.

A Tia Umbelina ficou sorridente e perguntou-lhe: - então gostaste? Só te fica bem porque é tudo natural e da horta e é saudável. E deu um estalo com a língua.

A seguir veio um arroz de refogado com pato dentro em bocados macios e com chouriço e entremeada, acompanhado tudo com uma salada de alface e tomate que de frescura e colorido pulavam da tigela de barro. Uma delícia. Pão de triga-milha quente do forno do pão, e um vinho tinto que a Tia Umbelina tirou de um pichel e serviu os copos generosamente.

O calor humano e da comida ia fazendo os seus efeitos e a cada novidade Yrina fazia umas leves festas nos braços peludos da Tia Umbelina que já percebera e gostava dos elogios.

A sobremesa era um pudim de ovos rico com um molho de caramelo a cair pelos lados que fez as delícias dos três.

A Tia Umbelina foi buscar uma jeropiga e sentados à lareira disse numa saúde: - olha que gosta da moça, pois é bonita mas tem que se vestir de uma maneira mais decente. Vamos rezar o terço agora e depois cada um para os seus quartos.

Lá se puseram de joelhos em frente de uma imagem da Senhora do Ó, de muita devoção da Tia Umbelina e durante meia-hora, ele foram as contas de um rosário, ladainhas e preces particulares. A cara da Tia Umbelina estava em alvo e nem olhava à volta, senão teria visto os dois calados e com um ar compungido, como se baixinho a acompanhassem.

Findas as orações, boas-noites à Tia Umbelina, que se desculpou que não subia ainda pois tinha de arrumar a cozinha. Disse que o pequeno-almoço era pão quente, manteiga e café-com-leite.

No fundo queria ser a última para dar uma espreitadela em cada quarto para ver se cada ocupante lá estava como tinha determinado.

Subiram os dois devagar e já fora da vista da Tia, agarraram-se aos beijos e apertaram-se um contra o outro sentindo os sentidos à flor da pele. Para não arriscarem a fúria da dona-de-casa foi cada um para o seu quarto e deitaram-se fingindo dormir.

Dali a bocado ouviu-se o peso pesado dos pés da Tia Umbelina a subir os degraus de madeira velha, fazendo estalar fendas antigas. Vinha de candeia na mão e abriu as portas devagarinho e lançou para dentro de cada quarto uma olhada e avançou para o seu, sossegada pelo respeito a que se devia naquela casa sobre o patrocínio da Virgem.

Uma meia-hora depois, Peninha em procissão de pé-descalço e com todas as precauções entrou no quarto de Yrina e enfiou-se na cama quentinha aonde estava o corpo nu dela e uns cobertores de papa pesados.

Yrina entregou-se, fez-se de gata, beijaram-se, lamberam-se, afagaram-se e ela pôs-se em todas as posições e deixou-se fornicar pelo Peninha que estava excitado pela jeropiga e sobretudo pelas técnicas dos montes do Ural que eram conhecidas como excedendo mesmo os prazeres do Kamasutra!

Tudo isto durou horas mas a meio da noite Peninha teve que voltar ao quarto para não ser apanhado, eventualmente, pela Tia Umbelina.

De manhã acordaram tarde e a Tia tinha ido à missa do Pe. Adelino só, mas decidindo que no dia seguinte Yrina a acompanharia, por causa das vizinhas e da boa reputação da sua casa e família. Nestes meios tudo se sabe como um rastilho de pólvora.

Yrina e Peninha pediram à Tia Umbelina se podiam antes do almoço ir dar um passeio pela quinta e ver as ovelhas e vacas e não houve nenhuma oposição da Tia Umbelina. Até lhes pediu que lhe trouxessem uns figos maduros para o almoço. Sugeriu-lhes que fossem até ao moinho que estava abandonado, mas que não entrassem pois podia dar-lhes tentações e persignou-se.

Claro que tudo começou na pastagem e mais uma vez ouviram-se gritos orgásmicos que chamaram a atenção de umas pacatas ovelhas que olharam nostálgicas lembrando-se de outros tempos! O moinho ainda era longe e ao passarem num riacho de água limpa, despiram-se e tomaram uma banhoca sensual deixando uns atrevidos peixinhos roçarem-se pelas partes púdicas. Na margem deitados, Peninha debicou os bicos duros dos peitos de Yrina com os dentes de mansinho e avançou com as mãos e boca e em cima dela dava-lhe beijos no lóbulos das orelhas segredando-lhe declarações de amor. Lá completaram o que tinham começado, no meio de beija-flores e gafanhotos que saíram meio arranhados e esmagados pelo arroubo do Peninha.

Por azar quando chegaram ao moinho estava um cachopo que era o pastor a quem perguntaram aonde estava a figueira para colherem os figos e os levarem para o almoço.

Retornados a casa, ainda era cedo para o almoço e a Tia Umbelina disse que queria falar a sós com Yrina no quarto dela.

Lá chegadas, pediu-lhe que lhe mostrasse os vestidos, os dessous, a roupa interior, os soutiens, e as cosméticas com que se pintava. Yrina ficou simultaneamente encantada, um pouco assustada e lá lhe foi fazendo a vontade.

A Tia Umbelina tocava nas sedas, apalpava-as, punha-as na frente dela e miroscava-se no espelho grande do armário de madeira.

- O Yrina, tu ensinas-me a ser mais atraente e a vestir-me melhor e a pintar-me? É que tenho um caso com o Pe. Adelino há anos e ele está farto do meu bigode e das roupas trapalhonas e ainda tenho medo que mo roubem.

Yrina não acreditava no que os seu ouvidos ouviam, mas assentou-se na cama e perguntou-lhe se estava a falar a sério ou era para a atacar depois. A Tia Umbelina para provar a boa-fé pegou num soutien da Yrina que ainda que muito exíguo, dado os seios grandes, eram, carnudos.

A Tia Umbelina tirou uns trapos velhos do peito dela e pôs os da Irina. Ficou encantada!

Antes do almoço a Yrina foi ao quarto do Peninha e com a gilette e a espuma de barbear rapou o buço da Tia Umbelina, ajeitou-lhe o cabelo pôs-lhe um pouco de laca e também um báton discreto. Escolheu um vestido dos mais possíveis da Tia Umbelina e desceram as duas até à sala.

Peninha estava a ler um livro e ao sentir o barulho da chegada de pessoas, levantou-se e não reconheceu a Tia Umbelina. Julgou que fosse uma vizinha.

- Que tal me achas meu garoto? – perguntou a Tia Umbelina com uma voz muito mais jovial.

Peninha desmaiou no sofá e tomaram-se os devidos preparativos para o reanimar.

(continua)

Instantâneos variados ontem

Instantâneos variados ontem:

O Chiado parece Hong Kong, na zona de Central, não pelo numero de chineses que há muito poucos, mas lá como cá, não se andava fàcilmnte nos passeios. Gente e mais gente e do meu tamanho é difícil esgueirar-me entre duas pessoas, pelo que se tem que ir pensando em outras coisas e ter pacência enquanto a fila desce ou sobe. Chega-se a fazer batota indo pela rua, com as inevitáveis apitadelas dos carros e com que razão.

Fui à Bertrand e à FNAC as usual. Na primeira comprei a última edição da revista LIRE de que muito gosto e me pôe a par do que se vai escrevendo e publicando em França.

Na FNAC, para além do gracejo quando apanho algum empregado novo, mancebo ou manceba. de aonde é a secção dos sapatos, fui olhando com alguma preguiça para títulos novos e às tantas achei graça a quem se dá ao trabalho de escrever

- Everybody lies ( as mentiras que todos dizemos)

- O corno de África, que claro era um livro político sobre essa zona, mas lembrei-me de alguém nessa situação...hélas

- Coisas que NÃO quero saber....ena tantas, mas o título é muito giro e dá ideias para a constatação da perda de tempo a cada dia...

- História da virilidade - Tomo I - desde a invenção. Da Antiguidade às luzes. Dirigi-me a uma vendeuse com uma cara séria e perguntei-lhe quando saía o Tomo II, já preparado para uma graçola, quando ela me responde e bem, com um ar profissional: em Fevereiro!!! Fiquei com um melão!

Finalmente dou de caras com a auto-biografia do Rei Simeão da Bulgária, que conheci melhor quando era PM no seu país, tendo-o visitado para fazer negócios em nome da minha empresa. A capa está extraordinária, imponente, com a farda pejada de colares de ordens e de condecorações e dei-me a pensar que no dia em que morrer, nada disto já valerá mais....claro para além da História que mesmo essa é cuel, vã e mentirosa e causadora de esquecimento.

Depois saí, desta vez sem comprar nada e perguntei-me se era feliz?

Quando vos ia responder aqui, recebo um telefonema do PENINHA para que acabe a história que comecei...

Já vêem, o tal livro de que falei acima "Everybody lies" inspirou-me.

Boas entradas se houver hipóteses, senão pelo menos uns copos de carrascão para esquecer.

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Vária 2


Vária 2

1. A ouvir Delibes - Copélia uma música tranquila.

2. Segue-se Mozart - Clarinet Concert in A. K 622.

3. Tudo isto para serenar do frenesim das festas do Natal em que é natural que todos, ou quase todos, sejam sinceros nas trocas de afectos e de presentes.

4. Mas no dia seguinte ou seguintes quase tudo volta ao mesmo.

5. Se não houve um pequeno gesto, uma emoção positiva ou uma atitude de perdão ou de alegria que marcaram estas horas do dito Natal, é difícil ver a vantagem de a cada ano se repetirem mecânicamente as mesmas celebrações.

6. Dir-me -âo que de ano a ano alguns morrem e desaparecem e até quantas vezes deixam de haver os conflitos ou motivos de dissenssão, ou pelo contrário tornam esta festa um momento de tranquila memória dos que partiram.

7. Se não soubermos com alguma frequência afastar-nos da rotina ou do trabalho intenso em busca de mais dinheiro que tantas vezes preenche as horas todas dos dias incorremos em problemas sérios de saúde, de falta de amor ou atenção aos que nos amam ou que amamos, aos com quem temos tensões e nos impedem de sermos mais felizes, ou mesmo afastando-nos de quem precisa de nós e da nossa atenção, ternura, ajuda, ou de uma conversa que arrume os mal.entendidos.

8. Aproxima-se o fim de mais um ano em que tantas coisas aconteceram quer nas nossas vidas quer no mundo que não nos podem ser indiferentes e devemos perguntar-nos se entramos em 2019 com o mesmo espírito com que há anos e anos temos vindo a passar de uns para os outros sem deixarmos marcas ainda que pequenas e cumprirmos planos realistas pré-acordados connosco ou com terceiros.

9. É que mesmo que não nos importe a morte, o que pressupõe a vida que a precede, há gente que de nós depende (nem me refiro ao aspecto material) em termos de encontrarem equilíbrio, uma certa felicidade e uma partilha de generosidade e entrega.

10. "Dos fracos não reza a História", é a frase conhecida, mas também, quiçá, deveria haver um compêndio das vidas dos falhados, dos abandonados à sua sorte,dos que tentaram e não conseguiram e esse manual deveria estar connosco se algumas destas histórias fossem da nossa responsabilidade por nada termos feito, quando estava na nossa mão poder estendê-la. Serve para pouco para essas "vítimas" do nosso descuido, egoísmo, desamor, desinteresse mas para nós é como o silício enterrado na carne que nos lembra a nossa natureza de seres humanos com dores e alegrias. Costumo dizer sombras e luz, mas neste caso é preciso que sintamos a dor dos outros para actuarmos.

11. Enfim, todos celebram ainda ou descansam dos prazeres das festas natalícias por isso não gostaria de ser um desmancha-prazeres, Mas sabem o poder que a musica e a água têm no meu ser e por isso não pude deixar de ao ouvir neste momento o "Concerto de Aranjuez" ser abanado pelo misto de intensidade e de calma com que a melodia se entranha em mim.

12. Tive alguns presentes de livros bons e de música e são um consolo para os dias que correm.

Que esta minhas divagações possam encontrar eco nos vossos corações e que, tal como eu, algo surja de novo no ano de 2019 que nos faça mais felizes por termos causado aos outros o reflexo da nossa actuação viva, consciente, quiçá com sacrifício, mas que resulte.

Bom Ano de 2019

domingo, 23 de dezembro de 2018

É um assunto sério ser -se amigo


É um assunto sério ser -se amigo de alguém e traz consigo obrigações de sinceridade e de verdade na amizade que se expressa.

Por isso nestas Festas nas quais para além do Natal ( que para mim significa encontro e paz entre as famílias) há o princípio de um novo ano nas nossas vidas desde o 1 dia do calendário convencional, gostava de estar no coração de cada um daqueles por quem me preocupo seja por motivos de saúde física, sofrimento moral ou infelicidade que quer queiram ou não existe em muita quantidade entre todos.

É assim, este o meu sentimento de especialmente desejar no meu íntimo o melhor para todos e cada um de quem eu gosto.

O resto são votos comerciais repetitivos, frios e inúteis.

Contem, sobretudo, comigo.

Ano de 2018

Manel

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

O PENINHA VAI PASSAR O NATAL À TERRA COM A NAMORADA UCRANIANA

O PENINHA VAI PASSAR O NATAL À TERRA COM A NAMORADA UCRANIANA


O Peninha é natural de Manteigas e como todos os anos vai lá passar o Natal com a família. Este ano leva como surpresa uma amiga ucraniana, com quem anda desde há 3 meses. Chama-se Yirina. Ela é pró-russa e no carro leva uma dúzia de garrafas de vodka para emborcar na noite de Natal e no reveilhão no fim do ano.

A caminho de Manteigas, numa paragem para os automobilistas pararem para descansar ela obrigou o Peninha e virar para o parque. O Peninha disse-lhe que não estava cansado, mas ela disse que tinha uma surpresa.

Não havia mais ninguém e a Yrina e salta para o colo de Peninha e abre uma blusa que tinha e deixa ver os seios grandes presos por um soutien da marca Triumph que tinham como graça ter um fecho em forma de coração que se podia abrir e deixar livremente o peito generoso da Yrina apertar o pescoço do Peninha.

O Peninha ficou entre atrapalhado – ó filha pode vir aí alguém e deliciado pois eram verdadeiramente dois belíssimos pares do que a natureza tinha de melhor.

Yrina puxou a alavanca do banco do Peninha que fez descair tornando-o uma cama fofinha onde os dois durante uma boa meia-hora se deliciaram com os prazeres da carne.

Peninha recuperou rapidamente mas durante o resto do caminho ia a pensar na tia Umbelina, que era irmã do seu falecido pai, que para além de muito religiosa, tudo quanto lhe cheirasse a pecado eriçava um buço valente que nunca tinha cortado, mas que também não tinha feito falta, pois não conhecera homem nem ninguém lhe tinha roubado um beijo.

Ia todos os dias à missa, devota como era e rezava pelos pecados dos outros, pois considerava-se pura por nunca ter pecado.

O Peninha e a Yrina iam justamente ficar em casa da tia Umbelina que não imaginava nem de perto nem de longe a linha curvilínea de Yrina desde a cabeleira loira, aos olhos verdes, ao nariz bem feitinho, a uma boca carnuda, a um pescoço de garça, e a uns seios ebúrneos que deixava sem pudor ver a quem quisesse pois tinha um vestido aberto com uma racha até ao diafragma. O resto continuava a ser pulposo desde umas nádegas redondinhas e bem feitas até uma frente pudicamente tapada mas que quando se sentava deixava miroscar os interiores. Recusava-se a usar qualquer empecilho que lhe fizesse calor.

Peninha bem lhe tinha dito para vestir uma gabardina para tapar todo aquele escandaloso corpo, pelo menos no primeiro contacto quando chegassem à casa a Manteigas. Mas em vão.

Entraram na vila e pararam para tomar um café na pastelaria de sempre onde Peninha era conhecido desde gaiato. Yrina saiu do carro meneando o corpo e quando entrou no café, ouviu-se um murmúrio da “floresta” baixo, mas intenso. Os amigos de Peninha vieram dar-lhe um abraço e no fundo queriam era ser apresentados a Yrina. Peninha is dizendo os nomes. O Ismael vesgo, o Palhas, o Traquinas, o José das Dornas e por aí fora.

Peninha estava encavacado pois Yrina fazia charme com todos e ele rapidamente tomou o café e abalou.

Chegados a casa da tia Umbelina, ela estava sentada na soleira à espera do Peninha e quando viu o carro chegar levantou-se e sorriu de satisfação avançando para eles que entretanto saíam do velho Taunus.

Um abraço valente, duas beijocas sonoras e uma troca de perguntas habituais e ao voltar-se para Yrina que avançava na sua direcção de braços estendidos e um grande sorriso, ficou muda.

- Tia Umbelina, é a Yrina minha namorada. E Yrina rodeou-lhe o corpo e deu-lhe um abraço efusivo e dois beijos na cara. A tia Umbelina, nem piou.

Peninha deu o braço à tia e disse a Yrina para ir começando a descarregar o carro.

- Mas quem é que tu me trazes para casa, Peninha? E persignava-se. Tu que eras tão bom menino e amigo de Nosso Senhor. Aquela mulher tem o diabo no corpo, é o pecado ambulante. O que dirão de a verem na minha casa? – e furiosa largou o braço do Peninha.

Peninha lembrou-se de lhe contar que a tinha encontrado numa viagem que tinha feito à Ucrânia e ao vê-la tão indefesa trouxe-a para Portugal. Já começara o processo de conversão da religião ortodoxa para a católica, era muito piedosa e boa pessoa e a tia veria como ia gostar dela.

A Tia Umbelina ficou a resmungar e disse-lhe: - ela que amanhã se vista com alguma roupa decente e que me acompanhe à missa de manhã que eu empresto-lhe um véu. E nada de ficarem os dois no mesmo quarto. Tu em cima ao lado meu quarto e ela lá em baixo.

Yrina entrou em casa com as malas que trouxera do carro e olhou à volta e viu um ambiente acolhedor, com uma lareira acesa, um grande fogão de lenha, um cheiro delicioso a comida caseira e não resistiu a dar novo abraço à tia Umbelina gabando-lhe a casa.

- Vão-se preparar para o jantar que vou servir dentro de 15m. Diz-lhe que se cubra, pois, antes vou dar as graças e só de olhar para ela me faz amanhã ter que me confessar ao Pe. Adelino.

(continua)

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Noël c'est toi

NOËL, C'EST TOI!

Noël, c'est toi quand tu décides de renaître chaque jour
et de laisser Dieu pénétrer ton âme.
Le sapin  de   Noël, c'est   toi  quand  tu   résistes   vigoureusement
aux vents  et aux obstacles de la vie.
Les décorations de Noël, c'est toi quand tes vertus
sont les couleurs qui ornent ta vie.
La cloche qui sonne Noël, c'est toi quand tu invites
à se rassembler, et tentes de réunir.
Tu es aussi la lumière de Noël quand tu éclaires de ta présence
le chemin des autres par ta bonté,
ta patience, ta joie et ta générosité.
Les anges de Noël, c'est toi quand tu chantes au monde
un message de paix, de justice et d'amour.

Pape François

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

O almoço de Natal do meu Clube


ALMOÇO DE NATAL DO MEU CLUBE

Estavam 174 sócios todos em alegre cavaqueira e abraços.

O almoço constava de :
- bacalhau à brás
- peru trinchado com molho e batata palha
- Bolo-rei
- mousse de chocolate
- filhozes
- fatias da china
e outras guloseimas de Natal.

Vinhos branco e tinto das castas dos sócios.
Vinho do Porto do Club.

Presidia ao almoço o Presidente Honororário do Clube, Sua Alteza Real o Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança que fez um discurso inesperadamente muito leve e divertido e que aludiu ao espírito que nos une no Clube.

Depois passou-se à sala dos sócios aonde se fumavam charutos e cigarros e se bebiam digestivos.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

MACRON

MACRON

Vejo com irritação, com algum desprezo pela falta de visão política, que muitos e muitas no FB se comprazem, achincalham e caluniam (avançando a ideia de que é homosexual) o Presidente Macron por ter cedido.

Nunca na vossa vida tiveram que ceder? E foram derrotas? Ou fruto de pressões e de eventualmente passos ou decisões menos reflectidas ou tomadas tardiamente?

Cito o Álvaro de Campos num trecho deste poema que me parece magnífico e apropriado:
"Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo....."

Estive a ver as DIVERSAS televisões francesas ontem depois do discurso de Macron e o ódio, o desrespeito, o desejo infantil de coninuar a luta nas ruas no Sábado é aterrador.

Os comerciantes queixam-se dos vidos partidos e de uma época de Natal que normalmente compensa os lucros de um ano inteiro e que dizem que vai ser grandemente afectada pois nas principais cidades da França e quanto mais longe de Paris mais açirrados, o povo desceu à rua.

Mélanchon veio dizer que havia que continuar a luta nas ruas e destruir a V República, Marine le Pen rejubila de contente e a França derrapa.

Como é possível, facebookianos sem cultura e ressabiados tecerem comentários estultos e sem cabimento, como que desejando que haja uma revolução em França?

Preferem a extrema-esquerda ou a extrema-direita no poleiro em França?

O facebook é um fórum de ignorantes, energúmenos, recalcados e basta os poucos que AINDA cá andam, tentar justificar ou fundamentar opiniões sensatas para serem insultados, desprezada a sua opinião.

A Europa com o que se passa no Reino Unido e em França sem falar em países menos relevantes pode desfazer-se.

Quero ver depois os portugueses irem para a rua pedir aumentos de € 100,00 no salário mínimo e outras significativas isenções fiscais e terem de novo a troika ainda mais feroz e impiedosa ou sairmos da UE e exportarmos rolhas de cortiça de cujo produto somos o primeiro produtor mundial????

sábado, 8 de dezembro de 2018

AMIRA


AMIRA

Vai ser este o título do meu próximo livro enquanto suspendo o que já estava a escrever, mas seguirá pois apetece-me escrevê-lo.

É o nome de uma rapariga nova, serra-leonense, portanto dependente da minha presença em Portugal como Cônsul-Geral deste país, bonita, advogada, inteligente.

Fui visitá-la hoje à psiquiatria do Hospital de Santa Maria, aonde foi internada por ordem do tribunal, mas fi-lo não como Cônsul, mas como ser humano. Tinha falado antes com o tribunal e com o médico-responsável.

Estive lá duas horas. Logo se verá o antes da vinda dela para Portugal, o durante enquanto esteve em casa com a mãe, o momento presente e como acabará.

Não será uma história médica de um caso de psiquiatria pois não sou um técnico: será mais a história de uma africana jovem, emigrada e doente neste momento, mas com imensa lucidez, exceptuadas as causas que justificam o seu internamento hospitalar.

Talvez sem o saber nem querer esteja a contribuir para esta nova tendência feminista involuntariamente com a história da valorização de uma mulher preta e do seu sofrimento e luta e até de momentos parcos de felicidade.

Logo se verá se vale a pena publicar, se tem mérito ou interesse, mas pelo menos comecei numa nova cruzada de visitas à semelhança do que fiz com os reclusos estrangeiros da prisão de Alta Segurança de Monsanto.

Na altura fez-me muito bem, aprendi a não-julgar de sopetão e de imediato os outros, a pensar mais em ser mais humilde e a compartilhar o sofrimento dos outros.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Faz 11 anos que a Mãe morreu


Hoje estou muito melancólico e apreciei o dia, o sol, a boa temperatura, a paz em Portugal se não ouvirmos notícias o que é o  meu caso.
Tenho que dar muitas graças por tudo quanto fui tendo ao longo da minha vida e da minha família.
Talvez esteja mais sensível por estar mais velho.
Vai custando a aceitar que os meus filhos e netos têm as suas vidas e os tempos mudaram. Ainda não me habituei muito bem que sou eu que tenho que tomar a iniciativa de ir ao seu encontro.
Especialmente hoje no dia da morte da Mãe, que era doce, meiga, atenta, inteligente e culta e com sensibilidade nunca estava a mais e éramos nós, os nossos filhos que adorávamos estar em família com o Pai e a Mãe e naquela casa grande do Estoril onde durante 3 meses do Verão convivíamos 42 almas, incluindo pessoal.
Os meus irmãos e irmãs somos muito amigos e gostamos muito uns dos outros e curiosamente as dezenas de netos dos meus Pais, os nossos filhos, são entre todos unha e carne e um por todos e todos por um.
É, pois disto, que tenho saudades.
Vamos agora a uma missa como fazemos todos os anos e no silêncio da igreja., consigo conversar com os meus que já foram nas boas memórias e o coração quente.
Foi um desabafo

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

TRUMP

TRUMP

Por mais que tente ser objectivo na análise da sua actuação, é um Presidente mimado, não ouve, acusa, é pouco educado no tratamento seja com os seus iguais ( o que será com os seus empregados e colegas de Governo, bem como com a família), não dá uma imagem de sério, aparenta fazer negociatas, é a pior coisa que aconteceu ao mundo.

Naturalmente que Putin, Xi, Erdogan e os demais países se aproveitam destas debilidades e deixam-no convencer-se que é ele quem manda.

Veja-se como Xi é inteligente, calmo e persuasivo: estão suspensas por 6 meses as tarifas que quis aplicar à China e tece os maiores louvores à China. Deve ter uma cultura geral muito baixa, if ever, e comporta-se como um verdadeiro selvagem nas relações interpessoais.

Dois casos que me chocaram profundamente: a separação entre filhos e pais de emigrantes - desumano, impiedoso e sem medir as consequências. O segundo caso foi o de ameaçar a Justiça, os Serviços de Segurança e os seus sucessivos despedimentos de homens de confiança da Casa Branca.

Dizia o chinês meu patrão com quem trabalhei na China e que se tornou um amigo e parceiro de negócios: se queres ter poder faz amigos, não inimigos!

Vai acabar mal e a imagem dos USA tem sido vilpendiada pelas figuras que o seu Presidente constantemente faz internamente e no estrangeiro.

Também a maioria gos americanos gosta de hamburgueres e de ketch up e de batatas fritas ( eu também) e em muitos Estados são uns alarves.

Trump sabe fechar bons negócios para ele próprio estou seguro que com os que o desprezam : PUTIN, XI e ARÁBIA SAUDITA.

Finalmente este seu comportamento em relação ao "esquartejado" saudita foi miserável por não ter princípios e os trocar por comissões chorudas em armas e petróleo.

Não há cá Advento nem jinglo bell que me faça mudar de atitude.

Vai em inglês a tradução deste texto directamente para o mail da querida Melânia. com quem me correspondo amiúde.

domingo, 2 de dezembro de 2018

VÁRIA


VÁRIA

1. Tomei um pequeno-almoço pantagruélico na Padaria Portuguesa. Qual não é o meu espanto quando vejo numa mesa onde estavam dois energúmenos brasileiros, umas botas de futebol em cima da mesa do outro lado dele, calculo para as ver e não roubarem quando fosse fazer o seu pedido. Despacharam-se a tempo de eu lhes dizer qualquer coisa e chamar o gerente.

2. Fui passear a pé no Chiado e como sempre entrei na Bertrand e depois na FNAC. Hoje era dia de 20% de desconto em todos os livros. Comprei a PARTE 1 de um livro da Dulce Maria Cardoso, saído ontem, chamado "Eliete"", da Tinta da China. Depois o último do Mário Zambujal, chamado "Então, boa noite", depois um estranho livro chamado "Contos Eroticos do Velho Testamento", de Deana Barroqueiro e mandei vir pois ainda não tinham, um livro que vi na Bertrand e que folheei atentamente, chamado "MENTIRA". Creio ser o princípio do ataque de Ricardo Salgado, e da sua defesa, escrito através de outrem contra o Governador do Banco de Portugal. Diz que traz informações nunca desvendadas que foram obtidas de um membro do Conselho de Administração do BES. A ver vamos, como diria o cego!

3. Confesso que me incomoda mesmo, ver tantos pedintes na Rua Garrett e adjacentes bem como em várias paragens de semáforos espalhados pela cidade. Para não falar dos sem-abrigo que pululam por aí.
Sem embargo de muitas vezes contribuir sem comentários, penso no que será a vida desta gente. nem me refiro só ao aspecto material. O que pensam, como pensam, que expectativas têm, que educação cívica possuem, como se lhes pode chamar "gente" igual há que passa por eles. São uns párias da sociedade, uns mais espertos e até cultos do que outros que são hopeless.

É uma realidade que não existe só em Portugal, mas há dois temas a que o mundo presta pouca atenção em tentar resolver ( tal como cria robots, elimina doenças, progride no espaço) que são a velhice e a pobreza seja de que tipo for.

Valeria a pena os grandes deste mundo tratarem de se encontrar sem ser para refeições ridículas e sem sentido a que nunca se chega a acordo desde que lá esteja o Presidente Trump que para além de não ter maneiras, está-se borrifando para os temas que não são os da sua predilecção.

4. Apeteceu-me depois ir almoçar a um restaurante dos emblemáticos de Lisboa e na barra, que não estava cheia, conversar como o faço há muitos anos com os empregados. É um hábito de sã convivência que não sendo eu o único a fazê-lo, os torna confessores de muita miséria e tristeza e solidão de bêbados conhecidos....Devem ter ouvido histórias que dariam para escrever memórias ou não, pois muitas delas são tristes desabafos.

5. Voltei a pé até ao Chiado onde tinha deixado o carro e como sempre vou observando à minha volta miríades de passantes, nacionais ou estrangeiros, que na minha fértil imaginação dariam para uns quantos romances.

6. Voltei a andar de moto, o que me dá imenso prazer, mas não o fazia há pelo menos 15 anos. Emprestei-a aos meus filhos que agora são mais chiques e andam de carro e de uber, e tendo tentado vendê-la (SUZUKI 650) me deram um preço tão irrisório que a aprovetei para mim. mandei fazer uma revisão e prontos....ontem andei por aí até Monsanto e pela cidade e é como nas bicicletas, fica lá o bichinho e as noções de como funciona, voltam. Aconteceu-me, porém, um primeiro incidente. Num parque de um Centro Comercial, indo à procura de espaço, de repente sai um carro do lugar até meio e por momentos não lhe bati. Claro a moto escorregou no pavimento destes centros comerciais que são escorregadios, e tombou. Para evitar que caisse completamente fiz força com a perna e ainda hoje tive que ir comprar Voltarene gel. Enfim, se vir que não me adapto ao trânsito arranjo uma solução para adespachar.

Laus Deo

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

INSÓLITO CONVITE SEXUAL

INSÓLITO CONVITE SEXUAL

Hoje, ao sair do meu Clube no Chiado, fui interpelado por um casal estrangeiro muito novo e atraente, que se declararam suecos e me fizeram um convite bizarro:

- somos novos aqui em Lisboa e apreciamos trios com homens mais velhos. Está disposto?

Tudo isto dito com um ar amável e natural como se me perguntassem aonde era a Brasileira.

Não sou de aflições súbitas nem de xeliques e perguntei porquê eu e em segundo lugar se o faziam frequentemente nos países que visitavam.


As respostas vieram sorridentes e directas:


- Gostámos do seu ar (look)


- Na Suécia e sim em todos os países que visitamos, mas somos um casal e a maioria das vezes é entre nós.


Respondi que achava piada ao descaramento e que agradecia a escolha mas que não estava interessado.


E lá segui para o parque para buscar o meu automóvel.


Caros Consócios, se sairdes do Clube agora talvez ainda os encontrem ou não. Terão já descoberto a alma gémea.


Diria o Dr. Salazar: modernices de termos cá tantos estrangeiros sem a mesma educação. Estou a inventar...ahahaah

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

O PENINHA NO GRÉMIO LITERÁRIO



O PENINHA NO GRÉMIO LITERÁRIO

O Peninha já ouvira falar muito do Grémio Literário mas nunca tinha tido a oportunidade de ser convidado para lá ir. Com o lançamento de um livro sobre Reis e Rainhas feito pelo Embaixador Lousa Toscano surgiu essa oportunidade e Peninha leu no convite na internet que a apresentação seria feita por outro Embaixador de nome Freitas da Ponte e ainda de um historiador Perestrelo da Mata.

Tinha encomendado pela net um traje de tirolês e se por um lado pensou que ia ter frio nas pernas, por outro achou-o o mais apropriado possível.

Quando chegou à porta do Grémio o porteiro olhou-o com estranheza mas o Peninha limitou-se a dizer: Reis e Rainhas e ele não teve mais remédio do que lhe indicar a escada que leva à biblioteca aonde o Autor já se encontrava rodeado de muitos admiradores.

Peninha aproximou-se e percebeu que falavam de tudo menos do livro e foi-se sentar na segunda fila pois sempre seria mais discreto.

Entretanto, Peninha, pouco atreito ao meio monárquico e da realeza, não diferenciava uns dos outros e presumiu que na assistência estivessem alguns monarcas e suas esposas. Sentiu-se bem no ambiente e começou a fixar umas caras para depois contar.

O Presidente do grémio iniciou a sessão com algumas palavras de circunstância e passou a palavra ao Embaixador Freitas da Ponte, que começou por se declarar republicano dos sete costados e não perceber o que estava ali a fazer. Falou do 5 de Outubro, citou nomes famosos da I República como o de João Franco e assegurou que achava que em Portugal nunca mais haveria Monarquia como nos outros países citados no livro, pois com o Dr. Costa seu amigo e PM, estava assegurada a manutenção da República. Quis ser amável para o Autor do livro e citou alguns cocktails e jantares em que na vida diplomática foi apresentado a famílias reais, contando até um episódio um pouco íntimo de que a Imperatriz Fariba, em Paris, o tinha convidado para alguns teatros e óperas e que lhe tinha manifestado um entusiasmo afectuoso que achou excessivo. Nesse momento olhou para a Embaixatriz que estava presente e Peninha conseguiu ver que era um olhar de rassurement de fidelidade eterna e de amor cálido e perene.
Terminou não sem palavras de encómio ao Autor e dizendo que do que tinha lido do livro seria de muito interesse para muita gente que ignorava os potins da realeza. Frisou que hoje em dia os príncipes e princesas se casavam “à balda” e pediu desculpa do uso desta palavra, no sentido de que não interessava o sangue azul nem os antepassados. Não soube enumerar as razões deste facto, mas atribuiu; entre outros factores, a sensualidade, a beleza, as contas numeradas em bancos na Suíça e agora no Dubai, no fundo pessoas que alegrassem os ambientes soturnos de palácios bolorentos e sombrios. Acabou dando um viva à República que caiu mal e que não foi seguido por ninguém. Claro estando monarcas na sala seria invulgar que algum deles o acompanhasse. No entanto foi muito aplaudido e o seu discurso muito louvado e com justiça, concluiu Peninha.

Falou depois o historiador Mata e finalmente o Autor dizendo em simples palavras o que o motivara a escrever o livro: para além do aspecto económico, o facto de ter privado com as Famílias Reais como Embaixador de Portugal nesses países.

Todos se levantaram e a sessão terminou. Peninha viu uma dama com um casaco com alamares e logo concluiu – deve ser real- e aproximando-se dela beijou-lhe a mão que ela com dignidade lhe estendeu e quando se curvou disse em vos baixa: - Majestade!

Muita gente nova, Peninha calculou que fossem príncipes solteiros e bons rapazes, alguns falando entre eles com enorme entusiasmo sobre programas de jantares, contando pilhérias e pondo-se em bicha para a assinatura das dedicatórias que o Autor generosamente assinava.

Peninha ainda olhou para os trocos para ver se tinha dinheiro que chegasse, mas era à justa para o metro. Alguém que passou por ele deu-lhe um apalpão nas traseiras tirolesas e Peninha pareceu reconhecer o príncipe da Letónia, de quem se tem falado ultimamente como sendo um trans.

Desceu as escadas com alguma pompa e nisto passa por ele um convidado que lhe diz: - ó seu pavão, que traje ridículo é esse para vir a um lançamento de um livro com categoria e bem escrito e na presença de tanta gente amiga do Autor?

Peninha, envergonhado nem respondeu e saindo para a rua apressou o passo para o metro, e pensava com os seus botões tiroleses – está visto que não pertenço a este meio!

Chegando a casa tomou um duche quente pois estava resfriado e deitou-se cedo abrindo a televisão.

Surge-lhe no ecrán o Martins e Costa, o Jerónimo Martins e a Catarina Furtado. Concluiu o dia com a convicção de que era com estes com quem se dava bem, e adormeceu.

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

O PRESENTE DE CASAMENTO





O PRESENTE DE CASAMENTO

Vai ser este o presente de casamento que vou dar à Mariana.

São mascarilhas de esmalte que tapam a cara de uma dama. Os olhos são dois brilhantes. Compõe-se de um anel, de um broche e de brincos em brilhantes e diamantes.

Já está na minha família há várias gerações e eu herdei-as e acho que a Mariana as vai usar em bailes em Singapura….imaginem se ainda há disto nessas paragens! Se vier viver para Londres já há mais hipótese de as pôr em alguma festa dada pela prima Lilibeth ou mesmo cá em Portugal em soirées na Parada…

Um meu Trisavô teve uma paixão por uma Dama da corte que era casada e muito conhecida. Os amores continuaram e ele lembrou-se de lhe dar de presente este conjunto com as mascarilhas. Acontece que já mais velha e viúva e sempre com grande ternura pelo meu Trisavô, devolveu-as para que fosse na família dele que elas fossem passadas de geração em geração. E cá estou eu a passá-las para mais uma geração.

Ainda pensei pô-las no prego e com o dinheiro comprar mais uns terrenos no Senhor Roubado…há por lá uma quinta de 75ha com vinha e água, e em troca daria umas destas jóias que brilham muito compradas no chinês, mas a minha consciência foi mais sensata do que a minha cupidez….ahaahhah